Grafittis da Domingo de Moraes

Há uma discussão sobre o fato do grafitti ser uma obra de arte ou não. Fato é que, para a legislação, grafitti e pixação estão no mesmo saco. Ou seja, grafiteiro é um infrator da mesma forma que um pixador. Bem, estamos então diante de uma visão um tanto quanto retrógrada, não? Quem já caminhou por aquele trecho da Domingos de Moraes, do lado contrário ao Metrô Ana Rosa, há de concordar o quão retrógrada mesmo é esta visão e unir-​se ao coro dos grafiteiros, reivindicantes do status de arte para a sua atividade. Porque os painéis ali são muito bonitos! Tem desde representações de arte cubista até uma reprodução de uma pintura que o Alex Ross (quem lê quadrinhos sabe de quem estou falando) fez para a Liga da Justiça. Estou chamando a atenção para este conjunto de painéis porque, da mesma forma que a arte ultrapassou os limites da Igreja quando deixou de ser puramente religiosa, e invadiu os museus e depois saiu destes para ganhar os espaços públicos não se pode, hoje, rebaixar este ou aquele modelo artístico. Desde a segunda metade do século XX esta é uma tendência sempre ascendente! Bem, se você concorda comigo, quando estiver passando de carro, ônibus ou a pé por aqueles lados, preste atenção nos painéis. Se você não concorda, preste atenção assim mesmo. Ninguém disse que a escalada dos modelos estéticos seria fácil. Nunca foi!